Resenha - Redoma


" - Cada um de nós tem apenas uma voz - diz a sra. Quenell.  E o mundo é tão barulhento. Às vezes penso que os mais quietos - ela acena com a cabeça em direção ao garoto grosseiro - descobriram que a melhor maneira de chamar a atenção das outras pessoas não é gritar, e sim sussurrar. O que faz todo mundo se esforçar um pouco mais para ouvir."

Vocês não fazem ideia de como estava ansiosa para ler esse livro, "Redoma" da americana Meg Wolitzer (Ed. Globo Alt). Mas a decepção foi grande... Achei que autora iria levar para um lado e foi para outro que eu não curti. Poderia ter sido bem melhor!
Depois de perder o namorado, Jam Gallahue vai para um internato para adolescentes "emocionalmente frágeis", dividindo o quarto com uma colega esquisita (que na minha opinião, é uma personagem mais interessante que a própria protagonista).
Lá, ela vai ser surpreendida ao ser escolhida na exclusiva e lendária aula de "Tópicos Especiais em Inglês", da misteriosa Sra. Quenell. A turma tem mais quatro alunos, todos com históricos de traumas piores que o de Jam (na minha opinião). Porém, a professora parece não se importar muito com isso quando escolhe o livro que lerão no semestre: "A Redoma de Vidro", da Sylvia Plath.
Quando li a sinopse, achei que fosse tratar da possível depressão que a protagonista podia estar sofrendo depois da morte do namorado, utilizando o livro da Sylvia Plath para ajudar. Porém, não é bem assim... 

A obra mesmo é bem pouca citada e a maior importância que ela vai ter nos alunos (e na nossa protagonista) é que a professora vai pedir para eles escreverem cada um em um diário e completar até o final do ano letivo - como se fosse a Sylvia Plath escrevendo o seu. O problema é que a autora poderia ter usado qualquer pessoa mais famosa como exemplo ou até inventar uma para a sua história. Não gostei como ela utilizou dessa homenagem...

A partir do momento que eles começam a escrever, eles vão parar num lugar chamado "Redoma", onde as tragédias que os levaram até o internato jamais aconteceram e eles tem a chance de voltar à sua antiga vida por um tempo determinado e restrito. No caso da nossa protagonista, Jam poderá sentir novamente os abraços de Reeve. Ao chegar no final do diário, os alunos terão que decidir entre encarar as verdades ou permanecerem para sempre num mundo de ilusão.
Teve algumas coisas que não gostei no livro. Duas eu já citei, que foram o uso da depressão pela autora e o uso da obra de Sylvia Plath. Mas teve uma que talvez tenha me incomodado mais do que todas essas: Jam Gallahue. Que personagem chata! Eu entendo ela ficar triste pela morte do Reeve e tudo o mais, mas chegar ao ponto que ela chegou não entra na minha cabeça. Até porque eles estavam juntos por mais ou menos um mês. E a dor dela comparada a de todos os outros alunos é muito infantil - na minha visão, pelo menos...
E por fim, para terminar, também não gostei muito da ideia da autora ao criar a "Redoma". É óbvio que eles ficarem o tempo todo criando fantasias ou ilusões sobre momentos que não podem mais voltar não vai ajudar os personagens. E uma professora incentivar ... acho ainda pior. Além de que esse "mundo" é bem fraquinho. Não fez sentido para mim e não foi bem construído na história.
Portanto, o que mais gostei mesmo foram a capa (que digo novamente, é linda!) e tem uma parte do final que é um pouco interessante - mas nem é tão ligada à Jam mesmo. Para mim não funcionou, esperava algo totalmente diferente, e acabou sendo uma grande decepção.
Mas acho que é um livro que pode dividir bastante as opiniões. Não acho difícil conhecer leitores que gostaram. Acho que vai muito de pessoa para pessoa. Então, espero que quem vá ainda ler, goste mais do que eu.
E para quem já leu,  gostaram ou não? Concordam comigo ou tiveram outras impressões? Comentem aí embaixo, pois é muito importante para eu conhecer outras opiniões e também para o blog, que está bem fraquinho em visitas e comentários. 
Alegrem o nosso dia comentando!

Até a próxima e boa leitura!
Carol!!!

12 comentários

  1. Oi Cá, tudo bem?

    Poxa quando eu vi a sinopse desse livro super me interessei e até coloquei na minha lista de futuras leituras, mas estou um pouco desacreditada vendo que foi uma decepção total pra você. Colocarei ele pro final na fila :(

    Bjs
    Blog Tell Me a Book

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    1. Oi Camila!
      Rsrsrs, adorei o seu comentário. Mas eu sempre digo que eu não gostar de uma leitura não quer dizer que você não pode gostar... O melhor talvez seja não ir com muita expectativa.
      Obrigada pelo comentário!

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  2. Ouvi falar muito desse livro, foi um Bum quando foi lançado e a sinopse parecia muito interessante. Porém pela sua resenha desanimei, acho que um tá como depressão e traumas deve ser levado a sério e parece que a autora não fez isso. Que triste.

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    1. Oi Jess!
      Exatamente, eu mesma fiquei muito interessada quando ele foi lançado. Mas foi uma decepção, infelizmente... Nem acho que ela não leva a sério o tema, mas que ela não consegue levar sua história.
      Bjss

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  3. Oie!
    Eu já ouvi falar desse livro, mas ainda não tive a oportunidade de ler essa história.
    Que pena que não gostou muito dessa história, é tão ruim quando nos decepcionamos com a leitura.
    Bjks!
    Histórias sem Fim

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    1. Oi Carla!
      A questão foi exatamente essa: a decepção. Esperava bastante do livro e não foi nem metade.
      Obrigada!

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  4. Oi tudo bem? Minha opnião vai completamente contrária a sua, e eu gostei bastante de como a autora trabalhou a depressão, mostrando principalmente que aquilo que parece surperfulo para uma pessoa pode ser algo desencadeante em outra.
    o uso do diário serve como um processo de catarse e liberação que psicologicamente falando ajuda sim as pessoas a superarem traumas passados, ok deveria ter sido feito por um profissional adequado (única falha nisso). A perda dela não é nada comparada com as dos demais, para quem está de fora pode até parecer, mas até que você passe por uma situação exatamente igual (o que é impossivel, pois as pessoas são diferentes), não há como saber como cada um vai reagir, infelizmente ela teve uma reação aquem do esperado por muitas pessoas. A redoma criada pela autora serve como uma representação da "prisão" que algumas pessoas sentem quando passam por algum problema psicologico e acabam se fechando, mas essa é apenas a minha opnião ;)

    bjos
    Pah
    Lendo e Escrevendo

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    1. Oi Pah!
      Fico feliz de ver uma outra opinião. Adoro trocar visões sobre uma história. Eu entendo quando você diz que a redoma é tipo uma prisão, mas eu não gostei do jeito que a autora utilizou disso.
      Muito obrigada pelo comentário!

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  5. Que pena que você se decepcionou com o livro, mas eu vou ler mesmo assim para tirar minhas próprias conclusões e ver se concordo com tudo, espero que sua próxima leitura seja mais satisfatória.

    Abraço

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    1. Oi Alessandro!
      Faz isso mesmo. Sempre falo para as pessoas lerem mesmo que eu não tenha gostado, porque cada um tem sua opinião e seu gosto.
      Abraços!

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  6. Olá, tudo bem?

    É uma pena quando o livro nos decepciona dessa forma, ainda mais quando se trata de um livro pelo qual criamos grandes expectativas. Confesso que a premissa não me chamou muita atenção, e que ler sobre o enredo não me cativou muito. Mas, é aquela coisa: só lendo, né? Quem sabe um dia...

    Beijo.

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    1. Oi Ana!
      Sim, a maior tristeza é quando esperamos muito de um livro e ele não consegue cumprir essa expectativa.
      E concordo com você, só lendo, para falarmos se gostamos ou não.
      Obrigada pela comentário!

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