Resenha - A Lista Negra


"Vi todos os meus velhos amigos: Stacey, Duce, David e Mason. Vi Josh, Meghan e até mesmo Troy, sentados nas últimas filas, com os pais de Meghan. vi todo o mundo, um mar ondulante de desconforto e tristeza, cada pessoa com sua própria dor, cada qual contando suas histórias, todas mais ou menos trágicas ou triunfantes. Nenhuma mais trágica ou triunfante que a outra. De certa forma, Nick estava certo: às vezes, todos temos de ser vencedores. Mas o que ele não entendeu foi que todos temos também de ser perdedores. Porque não se consegue uma coisa sem a outra."

Na época em que esse livro foi lançado aqui no Brasil, lembro que todo mundo estava lendo ele e fazendo resenha, falando super bem dele. Como sempre, só vim ler ele bem depois, mas neste caso, acho que não atrapalharia ler no hype, pois o livro é muito bom mesmo!
Estou falando de "A Lista Negra", da Jennifer Brown, Editora Gutenberg - um livro que trata de bullying e o mau que ele traz, tanto para quem pratica, como para quem sofre. Mas também vai tratar de algo muito importante: o perdão!
Valerie Leftman e seu namorado, Nick Levil, criam uma "lista negra" - lista que contém nomes de pessoas, mais especificamente, estudantes da escola em que estudavam, que praticavam bullying e tiravam sarro deles. Porém, um dia, Nick chega na escola abrindo fogo contra vários alunos, matando alguns e ferindo vários outros, além de se matar depois. Valerie, salvando a vida de uma colega que fazia parte da lista, é atingida - no entanto, ela é responsabilizada pela tragédia por ajudar na criação da lista. Agora, se recuperando do ferimento e do trauma, Val tem que voltar para a escola e enfrentar todas as pessoas novamente.
A escrita da Jennifer Brown é super gostosa de se ler e muito rápida. Ela trata de um assunto que parece que já é meio batido, que é o bullying, e mostra que ele pode ser ruim para os dois lados. Porque no final, apesar deles serem as maiores vítimas, eles nunca pararam para pensar que aquele que os "derrotavam" também tinham seus próprios demônios, e aí entramos numa outra questão importante: o perdão. 
Talvez, o pior momento do livro seja o momento em que ela tem que perdoar algumas pessoas e algumas pessoas terão que perdoa-la. Aquela pessoa que ela achava que era a sua "inimiga", na verdade, não fazia tudo aquilo por maldade.
O crescimento que ela tem durante a história é muito interessante, mas teve outra personagem que cresceu demais e que eu adorei por causa disso: Jessica, uma das garotas que tinha o seu nome na lista e a qual foi salva pela Valerie. Para mim, é a coadjuvante mais importante!
A realidade que ela tem que enfrentar é muito triste e pesada. Sozinha, ela nem sempre sabe como enfrentar as pessoas e as situações. A mãe dela algumas vezes não ajudava nada, mas até dava para entende-la. Mas um personagem que me irritou profundamente e que não consegui entender foi o pai dela - eita caro chato, ignorante e malvado! Toda vez que ele aparecia, eu já começava a me irritar. Tem uma cena, em que ela está voltado de uma festa que não deu muito certo, ela toma umas atitudes tão medíocres que foi difícil de ler.
E que final foi aquele minha gente? Triste, mas ao mesmo tempo bonito, real, necessário! Fiquei muito triste. Fazia tempo que um YA (Young Adult, ou Jovem Adulto) não me atingia tanto!
Super recomendado!

PS.: A edição da Gutenberg está muito bonita - era o que um livro desse precisava.

Até a próxima e boa leitura!
Carol!!!

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